quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Operação Vs Projetos: Uma Combinação Entre Governança de TI e Gerenciamento de Projetos

A indústria de tecnologia da informação, vulgo TI, é conhecida pela busca contínua por padrões, metodologias e melhores práticas. Dada a sua dinamicidade e criticidade, é um desafio gerir a operação de um parque de tecnologia e ainda por cima implantar projetos.

Basta buscar dados estatísticos em relatórios como o CHAOS Report (produzido pelo Standish Group) e fica clara a razão de tanta preocupação: no percentual de projetos que falham ou obtem insucesso, aqueles que envolvem tecnologia da informação são a maioria.

Uma das razões que levam ao insucesso de um projeto é a ausência de uma abordagem profissional, como a proposta pelo PMBOK. Mas, venhamos e convenhamos, todos os Gerentes de TI já ouviram ao menos falar do PMI. O que percebo na prática é a dificuldade em balancear a operação e os projetos.

Vamos começar definindo claramente os termos:

Operação: "É uma função organizacional que realiza a execução contínua de atividades que produzem o mesmo produto ou fornecem um serviço repetitivo”.

Projeto: "É um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo".

Geralmente em empresas de estrutura funcional, não existe a figura do Gerente de Projeto. Existe um Gerente de TI, responsável primeiramente pela gestão da operação (não deixar o barco afundar) e então pela implantação de projetos. Aqui começa o infortúnio.

Devido a pressão e a falta de tempo, os Gerentes de TI acabam se transformando naquilo que eu chamo de Tocadores de Projeto. É fácil identificar um Tocador de Projetos, basta fazer a pergunta: "Como vai o projeto XPTO?" - se a reposta for algo do tipo "vai indo..." ou "estou tocando..." pode saber que a figura do Tocador de Projetos já foi incorporada. Esta metodologia de gerenciamento de projetos é fundamentada nas palavras de Zeca Pagodinho: "deixa a vida me levar...".

Se não houver dedicação e uma abordagem profissional no gerenciamento de projetos, podemos considerar que a probabilidade de insucesso é alta. Na minha opinião, a melhor abordagem seria seguir aquilo que Jesus disse: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". Gerentes de TI deveriam estar preocupados com governança de TI e contratar Gerentes de Projetos para apoiá-los nos projetos em execução.

Por governança de TI entenda a adoção de melhores práticas estabelecidas em frameworks como o ITIL (Information Technology Infrastructure Library) e o COBIT (Control Objectives for Information and Related Technology). Enquanto o ITIL tem foco em entrega de serviços (tática), o COBIT é centrado em governança (estratégia).

Não se engane, foco é a chave para o sucesso.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Open Source Maturity Model (OSMM) - Seu Projeto Open Source Alinhado às Melhores Práticas

Há alguns anos questiono a amplitude da adoção do software open source no mundo corporativo. É amplamente conhecida a adoção ao Linux como servidor, aos projetos da apache software foudation, ao MySQL, entre outros projetos open source apoiados por grandes software houses (Apache, IBM, Oracle, Red Hat, Progress etc).

Nestes casos é fácil garantir a qualidade do processo e do produto de software, pois existe um GRANDE investimento sendo feito nos bastidores em modelos de maturidade e capacidade (leia-se CMMI, Spice, OPM3, Prince2, ICB entre outros).


Mas e os projetos open source mantidos por comunidades independentes, que sobrevivem apenas de contribuições isoladas? Como adotar modelos de capacidade e maturidade tão onerosos?
Primeiramente vamos analisar as razões em se adotar qualquer tipo de modelo.

As empresas precisam de garantias antes de adotar qualquer tipo de solução open source. Quem mantém o código? Existe documentação? Como é o processo de teste? Qual é o roadmap para os próximos 2 anos? A comunidade de desenvolvimento é ativa? São questões que vão muito além da ideologia, da liberdade e do investimento em tecnologia nacional.

Hoje a tecnologia representa o coração das empresas, você seria candidato a um transplante de coração sem saber se ele vai realmente conseguir te manter vivo por alguns anos? E se, sem nenhum tipo de aviso, a mantenedora do coração "parasse" de dar suporte?


Os modelos de maturidade e capacidade fornecem as bases para implementar um modelo de evolução contínua ou em estágios, permitindo a melhoria contínua e garantindo que os processos adequados produzam os produtos adequados. Estes modelos são reconhecidos como garantias pelas empresas clientes, que por sua vez estão começando a exigí-los em seus editais e RFP's (Request for Proposal) no Brasil. No exterior já é uma prática de mercado.


Como então adaptar um modelo como o CMMI para uma comunidade de desenvolvedores open source? Neste intuito o consórcio QualiPSo criou o Open Source Maturity Model (OSMM). Tendo como base o CMMI, esta proposta prima pela simplicidade e está focada na qualidade do produto, processo e comunidade - item até então desconsiderado pelo CMMI. Diferente dos demais modelos, o OSMM nasceu à partir de uma pesquisa realizada na Europa, envolvendo a adoção free open source software (FOSS) nas empresas.

O mote da QualiPSo é: "
Da rebelião às práticas industriais, mantendo o frescor e o entusiasmo da tradição do open source". Bem legal né? Quem quiser maiores informações, ou até mesmo baixar a primeira versão do OSMM, acesse:

http://qualipso.org/

http://www.qualipso.org/node/103 (1a versão do OSMM)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Métodos Ágeis Para Solução de Problemas II

Continuando a série de posts sobre os métodos mais fáceis e eficientes para se chegar a causa raiz de um problema, hoje irei tratar de Mind Map.

Para quem nunca ouviu falar, Mind Map (e suas variações) é uma técnica milenar utilizada na educação, brainstorm, visual thinking, solução de problemas entre outros. A técnica foi refinada por Allan M. Collins e M. Ross Quillian em 1960 com a publicação da tese sobre redes semânticas - uma teoria que explica o processo humano de aprendizagem por meio de mind maps.


Um mind map é criado à partir de uma palavra colocada no centro, aonde idéias associadas, palavras e conceitos são agregados. Segue abaixo um guideline sobre mind map criado em forma de mind map:O uso de mind maps na resolução de problemas pode ser feito à partir de um brainstorm, reunindo as pessoas responsáveis pela resolução e guiando o brainstorm por meio do mind map. Eu costumo usar mind maps até mesmo para planejamento pessoal (viajem, trabalho, etc), neste caso eu faço um brainstorm comigo mesmo (!) e gero um mind map que será a minha guia na execução.

Existe um excelente projeto open source chamado FreeMind , que consiste em uma interface para criação de mind maps. Rápido, simples e extremamente funcional. Quem se interessar pode fazer download em:

http://freemind.sourceforge.net/wiki/index.php/Main_Page

terça-feira, 9 de junho de 2009

Social Search - A Próxima Onda!

Em 31 de Janeiro de 2008 a VP de Search Products & User Experience do Google deu uma entrevista ao site VentureBeat dizendo que considerava o Social Search fundamental para quem quiser liderar o mercado de search engines pelos próximos anos.

Para quem nunca ouviu falar no termo, Social Search é quando um search engine é apoiado por interação ou redes sociais, ou seja, o ranking é influenciado de acordo com as contribuições em sua rede social. Marissa cita na entrevista que fazemos Social Search "verbal" todos os dias quando perguntamos a alguém algo como "Que filme legal está passando no cinema?" ou "Qual é a sua música predileta".

Em artigo publicado no dia 26 de Maio de 2009 pelo site Fast Company, é dito que um representante do Google afirmou que a empresa está investindo em resultados de busca embasados em rede social. Segundo o site, Ken Tokusei - Product Manager do Google, disse em coletiva de imprensa que as pessoas estão usando mais e mais os search engines para encontrar resultados rápidos e pessoalmente relevantes. Disse ainda que a estratégia é adicionar um mecanismo leve que permita adicionar um ângulo humano aos resultados de busca do Google, deixando os usuários classificarem os resultados e excluir links irrelevantes.

Ao que tudo indica o Social Search será a grande resposta do Google à investida da Microsoft com o Bing. Mas o mercado de search engines está se movimentando, já existem 6 start-ups de social search engines previstos para este ano, a maioria já em fase beta:

Delver
http://www.delver.com/

WhosTalkin?
http://www.whostalkin.com/

Samepoint
http://samepoint.com/

socialmention
http://socialmention.com/

Serph
http://serph.com/

OneRiot
http://www.oneriot.com/


sexta-feira, 29 de maio de 2009

Google Wave: E-mail, Social Computing, Instant Messenger, Mashups... O Que Há Realmente de Novo?

Após a divulgação do Google Wave fiquei intrigado com a capacidade do Google em empacotar conceitos consolidados no mundo corporativo e lançá-los em plataforma aberta, de forma inovadora.

Nos EUA grandes fornecedores de software (IBM, Oracle, Microsoft etc) atuam há pelo menos 3 anos no segmento de unificação da comunicação. Como exemplo vou citar o caso da brand IBM Lotus.

Em Junho do ano passado estive em um executive meeting em Boston, para conhecer a nova plataforma IBM Lotus. Eu realmente ainda não tinha idéia de como em tão pouco tempo os produtos de colaboração, social computing, blog, mashup, portal entre outros estavam tão integrados.

Eles demonstraram a plataforma de colaboração unindo as ferramentas de portal corporativo (websphere portal), social computing (lotus connections), blogs/wikis (lotus quikr), mashup (ibm mashup center), comunicação instantânea (lotus sametime) e por último SOA (websphere process server). É algo assombroso. Você consegue por uma única interface se comunicar via instant messenger, blog, microblog, iniciar processos/workflows, procurar pessoas de acordo com as competências na organização, se integrar com aplicações externas... enfim... um mundo de possibilidades voltadas para a eficiência operacional.

Assisti ao vídeo da apresentação do Google Wave (http://wave.google.com/) e não acreditei naquilo. Novamente eles pegaram o óbvio e lançaram em plataforma aberta. Ou seja: a Microsoft, a IBM, a Oracle etc poderiam ter feito o mesmo há anos e não o fizeram devido ao modelo de negócio tão enraizado na venda de licenças de uso.

Quando será que as grandes software houses vão acordar para o novo cenário da comunicação unificada? Será que não é a hora de ver que as PME's (pequenas e médias empresas) estão começando a enxergar que restringir o acesso aos serviços abertos na web não se traduz diretamente em produtividade? Será que é necessário investir em soluções proprietárias para o mesmo fim?

Vamos aguardar e ver.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

World Community Grid - Participe!

Há dois anos participo do World Community Grid (WCG) e indico para todos os meus amigos. O WCG é apoiado pela IBM e tem como objetivo se tornar a maior plataforma padronizada de grid computing à benefício da humanidade.

Totalmente dedicado à pesquisas como:


- Nutritious Rice for the World (Arroz Nutritivo Para o Mundo)

- Help Cure Muscular Dystrophy (Ajude a Curar a Distrofia Muscular)

- The Clean Energy Project (Projeto Energia Limpa)

- Help Fight Childhood Cancer (Ajude a Combater o Câncer Infantil)

- Help Conquer Cancer (Ajude a Derrotar o Câncer)

- Discovering Dengue Drugs (Descobrindo Drogas Contra a Dengue)

- FightAIDS@Home (Combatendo a AIDS)

Para participar basta instalar um pequeno aplicativo cliente, que você pode configurar livremente para ser ativado apenas quando o computador ficar inativo (após 5, 10, 15, 20 min... você escolhe). Ao invés de utilizar um screensaver nonsense, que tal contribuir para a cura da AIDS? Ou acabar com a fome na África?

No site você pode verificar as suas estatísticas de participação. As minhas atualmente são:

Total Run Time: 31:15:32:59
Rank: 160,548

Ou seja, somando dois anos de inatividade do meu computador, contribuí com 31 dias de processamento em projetos de pesquisa muito relevantes.

Para participar, basta se cadastrar e fazer download do aplicativo (windows/linux/mac):

http://www.worldcommunitygrid.org/reg/viewRegister.do


sexta-feira, 15 de maio de 2009

Métodos Ágeis Para Solução de Problemas I

Já que estamos na onda das metodologias ágeis, resolvi escrever sobre os métodos mais fáceis e eficientes para se chegar a causa raiz de um problema.

O primeiro método se chama "Os 5 Porquês". Este é fácil. Para qualquer problema colocado na mesa faça cinco vezes a pergunta "Porquê".

Exemplo da aplicação da técnica em uma conversa entre desenvolvedor e gerente de desenvolvimento:

Desenvolvedor) Será impossível cumprir o cronograma de desenvolvimento.

Gerente de Desenvolvimento) Porquê?

Desenvolvedor) Porque encontramos um bug no sistema.

Gerente de Desenvolvimento) Porquê?

Desenvolvedor) Porque existe uma incompatibilidade entre a arquitetura proposta e as funções da API utilizada.

Gerente de Desenvolvimento) Porquê?

Desenvolvedor) Porque provavelmente a API não foi analisada com critério na hora de modelar a arquitetura.

Gerente de Desenvolvimento) Porquê?

Desenvolvedor) Porque o arquiteto de sistemas não dedicou tempo suficiente para modelar a arquitetura.

Gerente de Desenvolvimento) Porquê?

Desenvolvedor) Porque ele está alocado em outros projetos.

Pronto! Chegamos a raiz do problema: Conflito na alocação de recursos.

Meu antigo chefe aplicava com freqüência esta técnica, é impressionante como ela traz resultados rápidos. Geralmente a causa raiz aparecia no terceiro "Porquê".

Quem quiser maiores detalhes:

http://www.mindtools.com/pages/article/newTMC_5W.htm

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Darth Vader: O impiedoso CIO do lado negro!

Estou desenvolvendo um novo curso de gerenciamento de projetos, com um material mais lúdico e inteligente. Devido a isto estou preparando alguns vídeos para exemplificar de forma mais descontraída as atividades de um gerente de projetos.

Meu primeiro vídeo é uma sátira de Star Wars, exemplificando "Scope And Schedule Control". Eu mesmo fiz as legendas.





Veja como o impiedoso CIO espreme o pobre Gerente do Projeto.


sexta-feira, 8 de maio de 2009

As Leis da Simplicidade

Há dois meses atrás uma grande amiga me indicou um livro que mudou o modo como ela produzia seu trabalho. Vindo dela, uma super profissional, fiquei muito curioso e resolvi comprar o livro "As Leis da Simplicidade".

O autor se chama John Maeda, professor do renomado Laboratório de Mídia do MIT e designer gráfico mundialmente reconhecido.

Ele conseguiu comprimir em dez leis os principais conceitos que tornam "simples" qualquer tipo de coisa. Desde sua vida pessoal até mesmo a forma como se desenvolve novos produtos.

As primeiras três leis, baseadas no princípio da redução - organização e eficiência, formam a estrutura para explorar conceitos auto-referenciados por ele, como a importância do contexto e as potenciais falhas no processo de simplificação.

Seguem alguns links para quem quiser maiores detalhes:

http://lawsofsimplicity.com/


http://www.submarino.com.br/produto/1/1793291


quinta-feira, 7 de maio de 2009

Business Analysis Body of Knowledge - Você Ainda Vai Ouvir Falar!

Recentemente descobri uma profissão que está em alta: Business Analyst (BA). O IIBA (International Institute of Business Analysis) é uma instituição sem fins lucrativos com o intuito de desenvolver e manter padrões para a aplicação de BA, bem como certificar seus praticantes.

Ela desenvolveu o Business Analysis Body of Knowledge (BABOK), que reúne as melhores práticas em disciplinas como:

- Gerenciamento de requisitos;
- Análise de sistemas;
- Análise de negócios;
- Análise de requisitos;
- Gerenciamento de projetos;
- Consultoria... entre outras;

Esta organização tem tudo para ser um "PMI" no que tange business analysis.

Eu me associei recentemente e fiz o download do BABOK. O conteúdo é excelente.

Seguem alguns links para quem se interessar pelo assunto:

http://www.theiiba.org/

http://en.wikipedia.org/wiki/Business_analysis