terça-feira, 6 de março de 2012

O Novo Papel das Universidades

Recentemente li uma entrevista no jornal Estadão com o Prof. Fredric Litto sobre o novo papel das universidades com a ascenção de iniciativas como o MITx (http://mitx.mit.edu/), plataformas que disponibilizam na internet conteúdo educacional de altíssima qualidade... e de graça.

Confira abaixo.

A era do saber gratuito

Presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância, o americano Fredric Litto acha que o País precisa ser ousado  

27 de fevereiro de 2012 | 21h 20

 

Na onda de protestos do movimento Occupy Wall Street, no ano passado, uma das demandas era de que o governo americano garantisse acesso gratuito à educação a distância. Especialistas acreditam que entramos numa era em que o conteúdo educacional estará disponível online de graça. Como o senhor vê esse processo?


A tendência vai ser nessa direção. Com todo o conhecimento humano aos poucos entrando na web, a universidade não vai poder cobrar pelo conteúdo. Veja o projeto Google Acadêmico, eles já alcançaram mais da metade da meta de colocar 32 milhões de títulos em domínio público na rede. A digitalização faz com que a gente tenha de ser generoso. No passado, vivíamos numa sociedade de escassez. Poucos tinham acesso a livros – ou a chocolate ou a especiarias. Hoje em dia podemos dar informação de graça. Se não estiver no domínio público, vamos ter patrocinadores, como tem patrocinador na TV aberta. Pense no benefício para o conjunto da sociedade quando todo o conhecimento humano estiver à disposição.

Qual o papel da universidade nesse processo?

Elas vão ter de se destacar pela orientação que dão ao aluno, pela capacidade de facilitar a compreensão do conteúdo. E também pela certificação. A pessoa estuda química industrial por conta própria e diz: “Quero ter um diploma.” A universidade aplica um exame e, se o sujeito passar, ganha a certificação.

No Brasil, o governo ainda obriga as instituições a fazer vestibular para alunos de cursos a distância. Em outros países, quem termina o ensino médio tem esse direito. Como podemos competir nesse cenário?

Se o Brasil quer continuar a oferecer universidade pública gratuita, por que limitar isso a quem consegue fazer um bom ensino médio e passar no vestibular? Por que não abrir as portas totalmente? É o que eles fazem na Europa e principalmente na Ásia, que tem universidades abertas a distância de grande qualidade. A Universidade Indira Gandhi, da Índia, tem 3,2 milhões de alunos! Os asiáticos estão na frente agora. Perceberam que suas universidades de formação da elite não estavam dando conta da produção de recursos humanos qualificados que um país moderno precisa – coisa que o Brasil só agora está começando a perceber. A instituição de elite continuará existindo, mas não vai formar força de trabalho em número suficiente. Na Ásia eles têm uma mistura de universidades de elite de alta qualidade com a sociedade da abundância de conhecimento. Formam centenas de milhares de pessoas por ano, sem vestibular. 

Fonte: Estadão.com.br

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Value Standard & Body of Knowledge: Metodologia Para Aumentar o Valor Gerado Por um Projeto

Recentemente visitei a Ci&T em Campinas e, durante a apresentação da metodologia de desenvolvimento baseada em SCRUM, me deparei com um abordagem voltada para análise de valor que permeava todos os processos e apoiava o entendimento e priorização dos requisitos funcionais junto ao cliente.  Fiquei bastante entusiasmado com a abordagem, pois endereçava de forma estruturada e coerente um problema clássico de priorização de requisitos sob a ótica de quanto vale cada funcionalidade para o projeto.

O discurso da Ci&T é de "entregar o maior valor possível dentro do orçamento do projeto." Ou seja, abraçar todas as mudanças (premissa de qualquer metodologia ágil) e entregar de acordo com o orçamento do projeto um conjunto de funcionalidades que atendesse a expectativa do cliente em relação ao valor de negócio gerado pelo projeto. A todo momento, a cada novo requisito, seria feita uma análise para repriorizar o backlog... fazendo com que os requisitos de baixo valor para o negócio fossem implementados posteriormente e que os requisitos realmente importantes fossem devidamente implementados dentro do orçamento negociado.

Tirando qualquer cenário onírico, todos sabem que grandes projetos de software possuem complexidades e riscos ocultos. São projetos aonde a estimativa de esforço tende a variar, uma vez que nem todos os requisitos são conhecidos e que haverão diversas solicitações de mudança no decorrer do projeto. Sendo assim, essa metodologia cai como uma luva para justicar o uso de SCRUM junto a uma empresa tradicional (geralmente acostumada com projetos "fechados") e garantir a valorização do investimento.

SAVE International®, organização internacional voltada para o avanço e promoção da Metodologia de Valor (também conhecida por Engenharia de Valor / Análise de Valor / Gerenciamento de Valor), publica o padrão aberto chamado "Value Standard & Body of Knowledge". Esse corpo de conhecimento tem como objetivo apoiar gerentes de projeto, gerentes de programa, analistas de valor e outros profissionais na aplicação dos conceitos e processos da Metodologia de Valor em projetos, serviços, planos de negócios, etc.

A aplicação da metodologia se dá por meio de um plano de implementação, chamado de "Job Plan" (Plano de Trabalho). Este documento endereça as seguintes fases:
  1. Information Phase
  2. Function Analysis Phase
  3. Creative Phase
  4. Evaluation Phase
  5. Development Phase
  6. Presentation Phase
Também existem papéis específicos que devem ser desempenhados, como por exemplo o Value Team Leader, que domina todas as técnicas de análise de valor e deve ser responsável pelo trabalho a ser desenvolvido pelo time do projeto. Além disso, a SAVE International® possui diversas certificações relacionadas à análise de valor.

Segue o link da SAVE International® para download do padrão e acesso às demais informações: http://www.value-eng.org/

Para conhecer o trabalho da Ci&T acesse: http://www.cit.com.br/

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Executivos e o Conceito de Riscos em Projetos

Por diversas vezes, em reuniões de status report, presenciei altos executivos esbarrando em conceitos básicos sobre riscos. Falar sobre riscos em reuniões executivas as vezes se torna tabu, algo que não deveria ser mencionado. Pelo contrário, a gestão de riscos existe para que todas as partes interessadas tomem ciência da existência e da severidade dos mesmos, afim de que sejam encontradas respostas adequadas antes de que este se realize.

O PMBOK define riscos da seguinte forma: "O risco do projeto é sempre futuro. O risco é um evento ou uma condição incerta que, se ocorrer, tem um efeito em pelo menos um objetivo do projeto.".

Sendo assim, se é um evento que vai acontecer, não é risco e sim certeza. Outro ponto importante é que existem riscos positivos (oportunidades) e riscos negativos (ameaças), sendo que no caso dos riscos positivos a busca se dá pelo aumento de probabilidade de que este se concretize enquanto para riscos negativos acontece o inverso.

O gerenciamento de riscos ocorre do início ao fim do projeto, pois a lista de riscos pode (e será) alterada com o tempo. Alguns riscos desaparecem no decorrer do projeto, enquanto outros podem surgir. Ou seja, a área de riscos é viva e demanda atenção especial até o que o projeto seja encerrado.

Um risco precisa ainda ter um responsável, alguém que irá responder pelo acompanhamento e tomada de ações relativas ao mesmo. Ao contrário do ditado "Filho feio não tem pai", como bons pais devemos cuidar, educar e agir para evitar problemas futuros.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Operação Vs Projetos: Uma Combinação Entre Governança de TI e Gerenciamento de Projetos

A indústria de tecnologia da informação, vulgo TI, é conhecida pela busca contínua por padrões, metodologias e melhores práticas. Dada a sua dinamicidade e criticidade, é um desafio gerir a operação de um parque de tecnologia e ainda por cima implantar projetos.

Basta buscar dados estatísticos em relatórios como o CHAOS Report (produzido pelo Standish Group) e fica clara a razão de tanta preocupação: no percentual de projetos que falham ou obtem insucesso, aqueles que envolvem tecnologia da informação são a maioria.

Uma das razões que levam ao insucesso de um projeto é a ausência de uma abordagem profissional, como a proposta pelo PMBOK. Mas, venhamos e convenhamos, todos os Gerentes de TI já ouviram ao menos falar do PMI. O que percebo na prática é a dificuldade em balancear a operação e os projetos.

Vamos começar definindo claramente os termos:

Operação: "É uma função organizacional que realiza a execução contínua de atividades que produzem o mesmo produto ou fornecem um serviço repetitivo”.

Projeto: "É um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo".

Geralmente em empresas de estrutura funcional, não existe a figura do Gerente de Projeto. Existe um Gerente de TI, responsável primeiramente pela gestão da operação (não deixar o barco afundar) e então pela implantação de projetos. Aqui começa o infortúnio.

Devido a pressão e a falta de tempo, os Gerentes de TI acabam se transformando naquilo que eu chamo de Tocadores de Projeto. É fácil identificar um Tocador de Projetos, basta fazer a pergunta: "Como vai o projeto XPTO?" - se a reposta for algo do tipo "vai indo..." ou "estou tocando..." pode saber que a figura do Tocador de Projetos já foi incorporada. Esta metodologia de gerenciamento de projetos é fundamentada nas palavras de Zeca Pagodinho: "deixa a vida me levar...".

Se não houver dedicação e uma abordagem profissional no gerenciamento de projetos, podemos considerar que a probabilidade de insucesso é alta. Na minha opinião, a melhor abordagem seria seguir aquilo que Jesus disse: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". Gerentes de TI deveriam estar preocupados com governança de TI e contratar Gerentes de Projetos para apoiá-los nos projetos em execução.

Por governança de TI entenda a adoção de melhores práticas estabelecidas em frameworks como o ITIL (Information Technology Infrastructure Library) e o COBIT (Control Objectives for Information and Related Technology). Enquanto o ITIL tem foco em entrega de serviços (tática), o COBIT é centrado em governança (estratégia).

Não se engane, foco é a chave para o sucesso.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Open Source Maturity Model (OSMM) - Seu Projeto Open Source Alinhado às Melhores Práticas

Há alguns anos questiono a amplitude da adoção do software open source no mundo corporativo. É amplamente conhecida a adoção ao Linux como servidor, aos projetos da apache software foudation, ao MySQL, entre outros projetos open source apoiados por grandes software houses (Apache, IBM, Oracle, Red Hat, Progress etc).

Nestes casos é fácil garantir a qualidade do processo e do produto de software, pois existe um GRANDE investimento sendo feito nos bastidores em modelos de maturidade e capacidade (leia-se CMMI, Spice, OPM3, Prince2, ICB entre outros).


Mas e os projetos open source mantidos por comunidades independentes, que sobrevivem apenas de contribuições isoladas? Como adotar modelos de capacidade e maturidade tão onerosos?
Primeiramente vamos analisar as razões em se adotar qualquer tipo de modelo.

As empresas precisam de garantias antes de adotar qualquer tipo de solução open source. Quem mantém o código? Existe documentação? Como é o processo de teste? Qual é o roadmap para os próximos 2 anos? A comunidade de desenvolvimento é ativa? São questões que vão muito além da ideologia, da liberdade e do investimento em tecnologia nacional.

Hoje a tecnologia representa o coração das empresas, você seria candidato a um transplante de coração sem saber se ele vai realmente conseguir te manter vivo por alguns anos? E se, sem nenhum tipo de aviso, a mantenedora do coração "parasse" de dar suporte?


Os modelos de maturidade e capacidade fornecem as bases para implementar um modelo de evolução contínua ou em estágios, permitindo a melhoria contínua e garantindo que os processos adequados produzam os produtos adequados. Estes modelos são reconhecidos como garantias pelas empresas clientes, que por sua vez estão começando a exigí-los em seus editais e RFP's (Request for Proposal) no Brasil. No exterior já é uma prática de mercado.


Como então adaptar um modelo como o CMMI para uma comunidade de desenvolvedores open source? Neste intuito o consórcio QualiPSo criou o Open Source Maturity Model (OSMM). Tendo como base o CMMI, esta proposta prima pela simplicidade e está focada na qualidade do produto, processo e comunidade - item até então desconsiderado pelo CMMI. Diferente dos demais modelos, o OSMM nasceu à partir de uma pesquisa realizada na Europa, envolvendo a adoção free open source software (FOSS) nas empresas.

O mote da QualiPSo é: "
Da rebelião às práticas industriais, mantendo o frescor e o entusiasmo da tradição do open source". Bem legal né? Quem quiser maiores informações, ou até mesmo baixar a primeira versão do OSMM, acesse:

http://qualipso.org/

http://www.qualipso.org/node/103 (1a versão do OSMM)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Métodos Ágeis Para Solução de Problemas II

Continuando a série de posts sobre os métodos mais fáceis e eficientes para se chegar a causa raiz de um problema, hoje irei tratar de Mind Map.

Para quem nunca ouviu falar, Mind Map (e suas variações) é uma técnica milenar utilizada na educação, brainstorm, visual thinking, solução de problemas entre outros. A técnica foi refinada por Allan M. Collins e M. Ross Quillian em 1960 com a publicação da tese sobre redes semânticas - uma teoria que explica o processo humano de aprendizagem por meio de mind maps.


Um mind map é criado à partir de uma palavra colocada no centro, aonde idéias associadas, palavras e conceitos são agregados. Segue abaixo um guideline sobre mind map criado em forma de mind map:O uso de mind maps na resolução de problemas pode ser feito à partir de um brainstorm, reunindo as pessoas responsáveis pela resolução e guiando o brainstorm por meio do mind map. Eu costumo usar mind maps até mesmo para planejamento pessoal (viajem, trabalho, etc), neste caso eu faço um brainstorm comigo mesmo (!) e gero um mind map que será a minha guia na execução.

Existe um excelente projeto open source chamado FreeMind , que consiste em uma interface para criação de mind maps. Rápido, simples e extremamente funcional. Quem se interessar pode fazer download em:

http://freemind.sourceforge.net/wiki/index.php/Main_Page

terça-feira, 9 de junho de 2009

Social Search - A Próxima Onda!

Em 31 de Janeiro de 2008 a VP de Search Products & User Experience do Google deu uma entrevista ao site VentureBeat dizendo que considerava o Social Search fundamental para quem quiser liderar o mercado de search engines pelos próximos anos.

Para quem nunca ouviu falar no termo, Social Search é quando um search engine é apoiado por interação ou redes sociais, ou seja, o ranking é influenciado de acordo com as contribuições em sua rede social. Marissa cita na entrevista que fazemos Social Search "verbal" todos os dias quando perguntamos a alguém algo como "Que filme legal está passando no cinema?" ou "Qual é a sua música predileta".

Em artigo publicado no dia 26 de Maio de 2009 pelo site Fast Company, é dito que um representante do Google afirmou que a empresa está investindo em resultados de busca embasados em rede social. Segundo o site, Ken Tokusei - Product Manager do Google, disse em coletiva de imprensa que as pessoas estão usando mais e mais os search engines para encontrar resultados rápidos e pessoalmente relevantes. Disse ainda que a estratégia é adicionar um mecanismo leve que permita adicionar um ângulo humano aos resultados de busca do Google, deixando os usuários classificarem os resultados e excluir links irrelevantes.

Ao que tudo indica o Social Search será a grande resposta do Google à investida da Microsoft com o Bing. Mas o mercado de search engines está se movimentando, já existem 6 start-ups de social search engines previstos para este ano, a maioria já em fase beta:

Delver
http://www.delver.com/

WhosTalkin?
http://www.whostalkin.com/

Samepoint
http://samepoint.com/

socialmention
http://socialmention.com/

Serph
http://serph.com/

OneRiot
http://www.oneriot.com/